Apesar de ainda estar em processo de recuperação do forte baque sofrido na economia recentemente, o Brasil apresentou números recentemente que sinalizam uma reação. Os dados sobre o PIB do terceiro trimestre de 2009, divulgados ontem pelo IBGE, mostram uma estrutura de composição do produto um pouco diferente do que vinha ocorrendo.
O PIB apresentou um crescimento de 1,3% em relação ao 2º trimestre de 2009. Porém, em comparação ao mesmo período de 2008, o resultado foi uma redução de 1,2%. O acumulado no ano ficou 1,7% abaixo do crescimento registrado até o mesmo período em 2008. Tudo indica que nosso economia caminha para um crescimento negativo em 2009, fato inédito desde 1992.
O gráfico no início do texto mostra a evolução do crescimento do PIB brasileiro desde a estabilização de preços pós-plano real. Nota-se a clara tendência de elevação do indicador pós 2002, inclusive sua intensificação pouco antes do estouro da crise.
O que chama àtenção nos dados divulgados não é a aparente recuperação, mas a composição da demanda do PIB. A componente de investimento apresentou crescimento, após seguidos trimestres de queda. Hoje a Formação Bruta de Capital Fixo (gastos em máquinas e equipamentos e construção civil), indicador do nível de investimento em uma economia, encontra-se beirando os 18%. Transferir a "responsabilidade" do crescimento do produto do consumo das famílias para o investimento, alivia eventuais pressão inflácionárias, dando margem para o COPOM pensar em baixar nossos juros, que permanece no ranking entre os maiores do mundo. Se desenvolver a indústria de bens de capital é o caminho para o desenvolvimento, por que manter juros tão elevados? Maldita memória de inflação...
Tudo bem que a vida dos brasileiros está melhorando, que tiramos muitas pessoas da miséria, que todo mundo tem celular e acesso a internet. Mas ainda continuamos exportando matérias-primas e importando produtos finais! O laptop em que escrevo este artigo vale quantos quilos de soja? Enquanto não melhorarmos nossos termos de troca, estaremos fadados a ser sub...
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