terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Brasil: Análise de conjuntura

Hoje, noite do dia 15 para o dia 16 de dezembro, acabo de entregar meu último trabalho e fazer minha última prova do semestre. Fazer administração não é tão coxa quanto eu pensei... Descobri que você pode tornar algo Coxa, qualquer coisa, quando de fato quer.

A referida prova pertence à disciplina de Política de Negócios I, que aliás não faço idéia por que tem esse nome. Poderia muito bem se chamar Evolução do Pensamento Humano do Século XV aos dias Atuais, ou Análise de Conjuntura com uma Perspectiva Histórica. Até o presente momento não consegui materializar o que seria o objeto de estudo de algo que se chama Política de Negócios.

Questões de definição e nomenclatura (como eu tenho problemas com nomenclatura...) a parte, fato é que desde meados da segunda semana de agosto de 2009 até o presente momento, acompanhei a evolução do pensamento humano, do renascimento aos dias atuais, além de ter uma abordagem sobre Análise de Conjuntura, o modelo do Hebert José de Souza, mais conhecido, inclusive no meio acadêmico, como Betinho, que aborda:

  • Acontecimentos;
  • Cenários;
  • Atores;
  • Relação de Forças; e
  • Articulação

Dizem que dá para analisar qualquer coisa de acordo com esse modelo, inclusive situações políticas, como Karl Marx fez no 18 Brumário, analisando um fato histórico (a Revolução Francesa). Eu particularmente acredito que o julgamento se uma análise de conjuntura foi bem feita ou não depende muito de da visão de mundo de cada um...

Enfim, a última prova do ano, à qual me referi no início do texto, pedia justamente uma análise de conjuntura do Brasil, além de uma análise de conjuntura de dois setores da economia, com liberdade de escolha por parte do aluno. Algo um tanto quanto abrangente, não? De qualquer forma, mesmo estando fora do que foi exigido, creio que saiu um texto muito interessante da minha tentativa de domar minha mente para escrever o que os outros queriam ouvir. Segue algo parecido com o que foi minha resposta da minha primeira questão.

O Brasil, país historicamente subdesenvolvido, que passou a ser denominado em desenvolvimento (até quando heim?), tende a deixar de ter um papel passivo diante das grandes decisões internacionais. Os dirigentes tupiniquins, acostumados ao papel de coadjuvante, precisam aprender a tomar seus devidos lugares nas cadeiras ao lado dos grandes atores globais: os países desenvolvidos.

Da chegada das embarcações européias no século XV a essa terra maravilhosa (para se ter uma noção da tragédia que esse fato representou para a vida das pessoas que aqui habitavam e habitam até hoje, recomendo o filme Novo Mundo) até meados do século XVII, o que é hoje conhecido como Brasil foi palco apenas de alguns fatos e poucos acontecimentos.

A fuga vinda da família real portuguesa para essas terras, marcou o início da vida política do país, que deixou apenas de se preocupar em como escoar as riquezas daqui expropriadas (uma dessas tragédias, inclusive, é a noção de propriedade). A curiosa transição, não apenas da família real, mas de toda máquina administrativa portuguesa para o Brasil (acredito que foi a única vez na história que algo desse tipo aconteceu), foi importante para fazer essa grande porção de território na América do Sul figurar no mapa mundi.

Data dessa época o germe da classe média brasileira, que veio a se tornar os funcionários públicos da nova república à década de 1980, que é essa mesma classe média frustrada da atualidade, que vem perdendo prestígio e espaço em prol da saída das pessoas da pobreza extrema. (para entender a classe média a qual me refiro: http://www.classemediawayoflife.blogspot.com)

O Brasil não é o país que essa classe média idealiza e tenta transformar em verdade irrefutável e onipresente. As relações de poder da economia do país para com o restante do mundo foram feitas para ser de submissão daquela em relação a este. Somos historicamente fornecedores de insumos e importadores de produtos acabados. Aliás, acredito que essa seja a definição de subdesenvolvimento. É um atestado de incapacidade. Ou melhor, de desinteresse, estimulado principalmente pelos gestores da nação que agem em prol do interesse de grupos empresariais, detentores de grandes recursos financeiros e consequentemente, poder.

Essa formação da personalidade e do comportamento do brasileiro, permite a convivência com o fato de exportarmos 3 toneladas de soja para comprar ½ Kg de alguns chips envoltos em silício e estanho.

Um comentário:

  1. Opa! Me identfiquei com sua resposta caro colega Ildo, apesar de ter traços diferentes, segui uma linha parecida.. rss Parabéns pelo blog e pelo texto, muito bom! Abraços Alex Garcia

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